segunda-feira, 31 de março de 2008

Estamos deixando de ser jornalistas

A origem da palavra jornalista está associada ao período de um dia. "Giorno", em italiano. Daí "giornale". O vocábulo "jornal" é originado das "Acta Diurna", de Júlio César. Em latim, "diurnalis".

Essa jornada de um dia, no entanto, está sendo pulverizada pela web.

O jornalista e sociólogo galego Ignacio Ramonet Míguez tem uma frase interessante sobre o assunto, que li no blog Impressão Online: "Un periodista ya no debería llamarse periodista hoy en día. Debería llamarse instantaneísta."

Ou, acrescentamos, pensando na expressão "real time" (tempo real), um "realista".

Jornalismo no celular

Que suporte anda com as pessoas praticamente todo o tempo? Pensou no telefone celular? Acertou.

E o que nós, da área de Comunicação, estamos produzindo para ser exibido nele? Praticamente nada que preste.

A Rede Globo promete acabar com esse marasmo, segundo a Folha Ilustrada, que cita Octavio Florisbal, diretor-geral da emissora.

De acordo com ele, a Globo "precisa o quanto antes produzir conteúdo específico para dispositivos móveis como celulares e miniTVs digitais".

Todos nós precisamos fazer isso.

domingo, 30 de março de 2008

Feito pelo público

A CNN lançou o iReport, site cujo conteúdo (texto, fotos, áudio e vídeo) é inteiramente produzido pelo público.

Cerca de dez mil pessoas já se cadastraram (numa média de 300 por dia).

Muitos jornalistas ainda resistem. Torcem o nariz para o chamado jornalismo cidadão (ou colaborativo).

"Onde fica a apuração?", perguntam. Como se os jornalistas apurassem tudo.

Quando ouvimos uma história de alguém não ficamos preocupados se quem nos dá a informação apurou os fatos.

O público sabe distinguir um texto jornalístico de uma colaboração, deseja ir além das cartas de leitores e reivindica a chance de também informar. Está conseguindo. Que bom!

Por que os jornais estão morrendo

Dois terços dos norte-americanos (67%) acham que os jornais tradicionais deixaram de publicar o que interessa aos leitores.

E quase metade (48%) migrou para a Internet, como fonte primária de informações.

É o que revela pesquisa da We Media/Zogby Interactive (em Inglês).

Onde nascem as notícias

Cada vez mais o webjornalismo pauta a mídia tradicional.

Um bom exemplo disso foi o escândalo que arrastou para a lata de lixo da história o governador de Nova Iorque, Eliot Spitzer (descobriu-se que ele adorava ir para a cama com prostitutas).

A notícia apareceu primeiro no site do jornal The New York Times.

E foi um blog, o Drudge Report, que revelou a participação do príncipe Harry, da Inglaterra, na guerra do Iraque.

Trabalho à vista

Neste sábado, dia 29, passei oito horas conversando com estudantes, jornalistas e professores em Vitória da Conquista, na Bahia.

O encontro - um curso de extensão - foi promovido pela FTC-Faculdade de Tecnologia e Ciências.

Antes, andei por cinco quarteirões, entre o hotel onde estava e o centro da cidade. Encontrei, no percurso, 13 lojas de informática e - o melhor de tudo - quatro (isso mesmo, quatro) livrarias.

Vitória da Conquista é um campo aberto (e fértil) para o jornalismo digital.

A população é informatizada, a cidade cresce exponencialmente, e há muito interesse, por parte dos jornalistas, em requalificação profissional.

Só é preciso juntar a tudo isso um espírito empreendedor.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Cem anos depois

Neste sábado, dia 29 de março, comemora-se o centenário de criação da primeira escola de Jornalismo do mundo, na Universidade de Missouri, nos Estados Unidos.

Um bom motivo para se discutir o ensino, hoje, e para que se possa refletir a respeito do futuro dessa profissão.